terça-feira, 28 de abril de 2015

Volta da Chapada dos Veadeiros de mountain bike



Distância: 290 kms
Duração: 3 dias
Data: de 18 a 21/04/2015
Integrantes: Alexandre Manzan e Sidnei Assis




1º dia: Alto Paraíso – Colinas do Sul
Dist: 72,8 km
Tempo: 3h22’
Asc: 995 m
Média: 21,6 km/h

2º dia: Colinas do Sul – Cavalcante
Dist: 126,5 km
Tempo: 7h34’
Asc: 2.405 m
Média: 16,7 km/h

3º dia: Cavalcante – Alto Paraíso
Dist: 92 km
Tempo: 4h21’
Asc: 1.838 m
Média: 21,1 km/h
 

Com três horas de pedal, desgastados e desorientados, chegamos na “enésima” bifurcação:
- Assis, acho que é pela esquerda. Eu disse confiante. Não era! A estradinha terminava em um rancho com uma pequena e humilde choupana, de onde saiu uma linda morena, não fosse pela ausência dos dentes da frente.
- Oi, a senhora poderia nos explicar como fazemos para chegar ao povoado do Rio Preto?
- Haaa, é bem facim. Cêis vorta di ondi viéru e quandu chegá na primera gaia, cêis num desci não, sobi. Na otra gaia, cêis num sobe não, desci. Na gaia da frenti, cêis num desci não, sobe. Aí, hora qui cêis chegá im frenti ao pé di piqui, cêis pega as direita, e na hora qui cêis avistá a sicupira, vai tê otra gáia, intão cêis desci até o rio, travessa a pinguelinha, cuidado qui iscurrega!,  e vira as isquerrda hora qui o chão ficá mais cascaiudo. Cêis intão pregunta di novo lá na venda do João. Cêis vai cum Deus viu.
Enfim, achamos melhor não pedirmos mais detalhes...
Após um tempo deduzindo, concluí que “gaia”, na verdade galho, era simplesmente bifurcação!
 
Seguimos viagem, “batendo cabeça” até achar o povoado do Rio Preto e tomar duas Cocas geladas. Seria nosso último ponto de apoio até Cavalcante, distante ainda 78 quilômetros dali.
Havia chamado meu amigo Raphael para fazer esta volta há um bom tempo. Com tudo organizado, faltando duas semanas, o Raphael me liga e cancela sua ida por motivo de força maior (fucking Jobs!).
 
Oportunamente, em um contato com o Assis, com quem eu já havia realizado uma expedição ao Monte Roraima, comentei sobre a volta ao Parque, e ele aderiu à ideia de imediato, despencando lá de Curitiba só para fazer parte do “perrengue”.
A viagem que fizemos dava a volta no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
 
Na fase de planejamento da viagem, procurei passar por trilhas paralelas à estrada principal a fim de apimentar um pouco mais o percurso. Contudo, no primeiro dia, foi difícil identificar trilhas paralelas à estrada. Saindo de Alto Paraíso, seguimos em direção a São Jorge, onde só então começamos a percorrer pequenos trechos de single tracks, tendo, inclusive, que carregar as bikes por um pequeno trecho dentro do pedregoso leito de um rio.
 
 
 
 
O suporte de meu GPS havia folgado um pouco, o que me obrigou a procurar uma borracharia em São Jorge para pegar uma tira de borracha e amarrá-lo. Ao chegar à primeira borracharia que achei em São Jorge (na verdade a única!), havia uma criança chorando desesperadamente enquanto um adulto verificava algo em seu pé. Outras crianças ao redor davam risadas da cena quando eu perguntei o que havia acontecido com o coitadinho. Uma das crianças me respondeu:
- É bicho de pé. Ele é chorão mesmo, tá morrendo de medo de tirar.
Dando risadas da cena, saímos em direção a Colinas do Sul.
No segundo dia, bordeamos o lado oeste do Parque, tendo a bela vista da parede que delineia este lado da Chapada sempre ao lado.   
 
 
 
 
 Tentando achar as trilhas que eu havia planejado com as imagens do Google, perdemos muito tempo durante o dia, o que nos custou terminar a pernada já sem a luz do sol. O fato é que, com a temporada de chuva, muitas trilhas são cobertas pela densa vegetação e a progressão fica impossível. Por diversas vezes, tivemos que dar meia volta e procurar por uma rota alternativa.
 
 
 
 
No último trecho da viagem, optamos por fazer pelo asfalto, pois a trilha anteriormente planejada ficaria inviável de ser transposta com as bikes em um trecho da serra de Santana. Apesar de termos pedalado o resto pelo asfalto, o tempo quente e as duras subidas nos esgotaram por completo.
 
Chegamos a Alto Paraíso extasiados com o “rolé” que acabávamos de concluir. Antes retornar a Brasília, para comemorar, paramos no posto de gasolina e devoramos prazerosamente um tradicional prato de caminhoneiro, aquele em que no topo, em cima de tudo, ainda cabe um ovo frito! Bão demais!

Abraço.
Manza