Viagem de bike pela Europa - parte II
"Considero que a mente pode ser sistematicamente profanada pelo hábito de atribuir importância a coisas triviais"
19/05/2014 Firenze – Lido de Camaiore
Distância: 126 km
Média: 19,8 km/h
Asc: 1541 m
Tempo: 6h21’
Acomodação/preço: camping - 5 Euros
20/05/2014 Lido de Camaiore – Sestri Levante
Distância: 108 km
Média: 23 km/h
Asc: 1338 m
Tempo: 4h42’
Acomodação/preço: camping - 15 Euros
Saída com atraso devido à organização das tralhas. Primeira parte do dia plana e chata (paralelo ao mar) até chegar em La Spezia (belíssimo local). Desse local, até chegar em Sestri Levante, subi quase 800 metros pelas belas montanhas próximas ao mar. Dia difícil.
Média: 21 km/h
Asc: 2097 m
Tempo: 6h21’
Acomodação/preço: casa de família - 15 Euros
Média: 24,7 km/h
Asc: 1058 m
Tempo: 3h30’
Acomodação/preço: hotel - 35 Euros
A previsão meteorológica dizia que o dia seguinte estaria melhor, mas até a hora em que fui dormir, o tempo estava péssimo, muita chuva e tempo frio.
Média: 22,5 km/h
Asc: 2283 m
Tempo: 6h37’
Acomodação/preço: Camping – 7,5 Euros
Na noite anterior, havia dormido apreensivo com o tempo que faria no dia seguinte. A meteorologia é meio vaga em regiões específicas como a que eu me encontrava nos Alpes. Tudo o que eu não queria era pegar um tempo ruim na passagem mais alta da estrada que cruzava os Alpes (Col. Madalena 1996m).
Antes de dormir fui checar as roupas que usaria no dia seguinte e vi que ainda estavam molhadas por conta da chuva que eu havia pegado. Imaginando como seria terrível vestir as roupas molhadas e sair com o tempo frio, entrei no banheiro para escovar os dentes e dei de cara com um secador de cabelos. Para quem achava aquele aparelho supérfluo, foi um belo “cala a boca”! Sequei todas as minhas roupas em 30’.
Distância: 162,1 km
Média: 25,2 km/h
Asc: 1513 m
Tempo: 6h25’
Acomodação/preço: Albergue – 13,50 Euros
Off
26/05/2014 Avignon - Montagnac
Distância: 155 km
Média: 20 km/h
Asc: 2158 m
Tempo: 7h45’
Acomodação/preço: Camping – 10 Euros
Dia mais difícil da viagem. Tempo frio e com vento contra o dia todo. Região de ventos constantes e fortes. Após Nimes, peguei muitas estradas de terra e trilhas de fazenda, fato que atrasou muito minha progressão. Muitas pedras.
27/05/2014 Montagnac - Tuchan
Distância: 107 km
Média: 23,6 km/h
Asc: 867 m
Tempo: 4h33’
Acomodação/preço: Camping – 6,20 Euros
A previsão para amanhã é boa, mas o trecho mais alto, 1577m, será no final do dia, hora já adiantada.
Distância: 74,5 km
Média: 15,6 km/h
Asc: 2118 m
Tempo: 4h46’
Acomodação/preço: Hotel – 34 Euros
Média: 22,3 km/h
Asc: 1799 m
Tempo: 4h45’
Acomodação/preço: Hotel – 25 Euros
30/05/2014 La Seu D’Urgell - Fraga
Distância:
162 km
Média: 24,9 km/h
Asc: 1539 m
Tempo: 6h32’
Acomodação/preço: Pousada – 20 Euros
E o vento continua a me massacrar...
A partir deste ponto não havia planejado a rota que seguiria. Preferi percorrer uma parte da viagem ouvindo sugestões das pessoas que encontrasse pelo caminho. Deste modo, iria seguir para o oeste, sempre consultando mapas e aceitando sugestões dos locais. Havia também o fato de não saber ao certo quais pistas poderiam ou não ser utilizadas por ciclistas. O acaso me acompanharia...
Thoreau - Life Without Principle
Distância:
73 km
Média:
20,2 km/h
Asc:
1404 m
Tempo:
3h37’
Acomodação/preço:
albergue - 20 Euros
Provavelmente
o percurso mais bacana da viagem. Trecho perfeito para um treinão de speed.
Passei por diversas vinícolas e estradas com vinhedos à vista. Chegando a
Firenze, passei em um pequeno lago (dentro de um bosque) para fazer um lanche.
Como havia chegado cedo a Firenze, acabei saindo para conhecer alguns pontos da cidade e,
na sequência, saí para correr 8 quilômetros. Aproveitei as instalações do albergue para
lavar o resto de roupa suja que eu não havia terminado em Siena.
O
albergue em que me hospedei era bem legal; com internet, uma grande cozinha
comunitária e um living, onde todos se encontravam. Acabei conhecendo um italiano (de
Roma) que tinha ido correr uma prova de corrida que aconteceria no dia seguinte. Animei-me
e acabei decidindo correr.
Tinha
planejado permanecer na cidade mais um dia a fim de descansar e conhecer melhor
o local, um dos mais bonitos que havia conhecido até então. Comecei o dia
participando da prova de corrida (10km). Bem destreinado, mas com a bagagem da
viagem de bike, fui me mantendo entre os 10 primeiros até a metade do percurso,
onde havia uma bela subida. Motivei-me com o fato de estar “correndo por
correr” e fui passando alguns atletas até que percebi que estava entre os cinco
primeiros.
Ao final da subida, de onde se avista toda a cidade, um corredor se machucou, momento em que grudei nos dois atletas que brigavam pelo segundo lugar. Contudo, a falta de treino específico falou mais alto e deixei-os escapar no final, tendo finalizado na 4ª colocação. Fiquei feliz com o resultado, apesar de não ter conseguido me inscrever (as inscrições já haviam se encerrado). Senti que havia me curado da lesão no quadril!
Ao final da subida, de onde se avista toda a cidade, um corredor se machucou, momento em que grudei nos dois atletas que brigavam pelo segundo lugar. Contudo, a falta de treino específico falou mais alto e deixei-os escapar no final, tendo finalizado na 4ª colocação. Fiquei feliz com o resultado, apesar de não ter conseguido me inscrever (as inscrições já haviam se encerrado). Senti que havia me curado da lesão no quadril!
19/05/2014 Firenze – Lido de Camaiore
Distância: 126 km
Média: 19,8 km/h
Asc: 1541 m
Tempo: 6h21’
Acomodação/preço: camping - 5 Euros
Às
10h:30min, zarpei pela margem esquerda do rio Arno. Tive alguns problemas para
identificar o caminho que tinha planejado devido a uma grande obra que fechava
parte da margem pela qual eu seguia. A cerca de 10 km de Firenze, comecei a subir
por uma trilha de pedras, mas o peso dos alforjes e o pneu liso não
contribuíram para transpor a penosa subida, e, diante disso, a progressão foi
bem lenta até o km 40.
Chegando
em Péscia, informaram-me que a cidade de Lucca (pela qual eu não planejava
passar) era imperdível. Mudei meus planos e rota e segui em direção à costa
novamente, deixando as montanhas para serem transpostas nos Alpes.
A
mudança foi muito válida. Lucca é uma cidade toda murada. Na idade média esta
arquitetura era muito comum, pois as invasões (ou tentativas) eram comuns. Esta
cidade (patrimônio histórico mundial) é uma das únicas no mundo a ter
conseguido manter seus enormes muros ilesos.
20/05/2014 Lido de Camaiore – Sestri Levante
Distância: 108 km
Média: 23 km/h
Asc: 1338 m
Tempo: 4h42’
Acomodação/preço: camping - 15 Euros
Saída com atraso devido à organização das tralhas. Primeira parte do dia plana e chata (paralelo ao mar) até chegar em La Spezia (belíssimo local). Desse local, até chegar em Sestri Levante, subi quase 800 metros pelas belas montanhas próximas ao mar. Dia difícil.
21/05/2014
Sestri Levante – Céngio (região de
Savona)
Distância:
133,5 kmMédia: 21 km/h
Asc: 2097 m
Tempo: 6h21’
Acomodação/preço: casa de família - 15 Euros
Saída
às 10h:00min. Neste dia, meu percurso coincidiria com o do Giro D’Italia
(principal competição de ciclismo no país). Eu esperava que o “pelote” passaria
por mim antes de Genova, mas consegui render a pedalada e passei por esta cidade antes
de parar e escolher um local interessante para ver os ciclistas zunirem por
mim. Posicionei-me em uma subida próxima à cidade de Coniglo.
É
difícil descrever a sensação de presenciar uma competição como o Giro D’Italia,
mas posso dizer que me impressionei com a passagem dos “ciborgues” pela subida
em que me encontrava. Um verdadeiro show de ciclismo.
Após
a passagem do pelotão, acelerei em direção à cidade de Savona, para ver se
conseguiria assistir à chegada, visto que os atletas ainda iriam fazer uma volta maior
antes de chegar na cidade. O australiano Mike Rogers venceu a etapa, mas quem
seguiu com a camisa rosa (de líder da competição) foi seu compatriota Cadel
Evans.
Após
assistir a premiação, decidi tocar um pouco mais e, desta forma, comecei a
subida em direção as montanhas, nos Alpes. Ao final do dia, computei uma bela
ascensão e me sentindo muito bem. O joelho esquerdo seguia me perturbando.
Deixei o mediterrâneo para traz, e só veria mar novamente em minha chegada em
Portugal. Inchalá!!
22/05/2014 Céngio – Borgo S. Dalmazzo
Distância:
86,6 kmMédia: 24,7 km/h
Asc: 1058 m
Tempo: 3h30’
Acomodação/preço: hotel - 35 Euros
Novamente
larguei às 10h:00 com o tempo frio e céu encoberto (bruto, como dizem na Italia).
Percurso em meio à vasta vegetação. Acabei parando em Borgo S. Dalmazzo, pois o
tempo piorou nos últimos 30 quilômetros, os quais percorri em baixo de uma chuva
gelada. Meu objetivo do dia era chegar a uma cidade um pouco mais adiante de
onde parei, mas o frio e a chuva estavam me incomodando muito.
Queria ter seguido o máximo possível, pois, desta forma, estaria mais perto da fronteira com a França, onde eu atingiria 1996 metros acima do nível do mar, cruzando o Col. de la Madalena. A ideia era cruzá-lo o mais próximo do meio dia, horário em que o tempo estaria mais quente e com menor probabilidade de chuva.
Queria ter seguido o máximo possível, pois, desta forma, estaria mais perto da fronteira com a França, onde eu atingiria 1996 metros acima do nível do mar, cruzando o Col. de la Madalena. A ideia era cruzá-lo o mais próximo do meio dia, horário em que o tempo estaria mais quente e com menor probabilidade de chuva.
A previsão meteorológica dizia que o dia seguinte estaria melhor, mas até a hora em que fui dormir, o tempo estava péssimo, muita chuva e tempo frio.
Eu
não dispunha de muitas camadas de roupa, uma vez que não tinha muito espaço
para bagagem na bike. Por conta disso, tinha que acertar a janela de tempo para
cruzar o colo (parte mais alta da estrada unindo dois vales), pois a
temperatura lá em cima estava prevista para os 6ºC. O problema ficar maior depois
que se cruza o colo, pois na descida o vento aumenta sensação térmica do frio.
Quantos detalhes!!!
23/05/2014 Borgo S. Dalmazzo - Tallard
Distância:
149 kmMédia: 22,5 km/h
Asc: 2283 m
Tempo: 6h37’
Acomodação/preço: Camping – 7,5 Euros
Na noite anterior, havia dormido apreensivo com o tempo que faria no dia seguinte. A meteorologia é meio vaga em regiões específicas como a que eu me encontrava nos Alpes. Tudo o que eu não queria era pegar um tempo ruim na passagem mais alta da estrada que cruzava os Alpes (Col. Madalena 1996m).
Antes de dormir fui checar as roupas que usaria no dia seguinte e vi que ainda estavam molhadas por conta da chuva que eu havia pegado. Imaginando como seria terrível vestir as roupas molhadas e sair com o tempo frio, entrei no banheiro para escovar os dentes e dei de cara com um secador de cabelos. Para quem achava aquele aparelho supérfluo, foi um belo “cala a boca”! Sequei todas as minhas roupas em 30’.
Ao
me deitar, ainda olhei esperançoso pela janela a fim de conferir o tempo que
fazia. Nada animador: chuva!
Dormi
pensando na possibilidade de não poder cruzar os Alpes no dia seguinte.
Pela
manhã, a primeira coisa que fiz foi abrir a cortina para ver o tempo. Deparei-me
com um céu tão azul como o de Brasília! Era o dia com que eu havia sonhado para
cruzar os Alpes. Arrumei-me rápido, organizei as tralhas, tomei café e zarpei,
às 08h30min, feliz da vida. Sabia que até o meio do dia o tempo se manteria
firme. Desta forma, acelerei o máximo que pude a fim de cruzar logo o passo da
Madalena (1996m), o qual também é a fronteira da Itália com a França. Apesar de
todo o esforço, a bike, com todos os equipamentos e comida, pesava mais de
20kg, atrapalhando a manutenção de uma boa velocidade.
Lá
pelo km 20, vi uma lesma no lado da via em que eu estava e, não sei bem o porquê,
parei para observá-la. Ela começava a travessia daquela via, fato que poderia
custar-lhe a vida, caso ela não acelerasse ou tomasse cuidado.
Assim
como aquela lesma, eu me sentia atravessando os Alpes. Sempre tentando acelerar
o máximo que podia, mas tendo que aceitar o ritmo limitado pela pesada bike que
me levava morro acima. O visual ficava mais bonito a cada metro ganho
verticalmente. Foi interessante brincar com os números que mudavam no GPS. Mais
dez minutos de pedalada, mais algumas dezenas de metros para cima. Saí de 650
metros de altitude e às 11h20min estava a 1780 metros.
Havia
quase três horas de pedalada naquele dia e estava prestes a chegar ao ponto
mais alto de toda a viagem. Parei para me alimentar e colocar mais algumas
camadas de roupa, pois o frio me incomodava (+- 12°C). Ao sair, ia jogando fora
um saco de papel em que estava embrulhado o pão com queijo que acabara de
comer, mas pensei bem e lembrei-me de alguns ciclistas colocarem jornal dentro
da camisa para proteger o peito e com isso bloquear o ar frio. Fiz isso com o
saco do pão. Ao chegar ao colo (1996m), tirei algumas fotos e despenquei para
outro lado, já na França.
A tática do saco de pão foi um sucesso! Não senti muito frio durante a descida. Andei quase trinta quilômetros só no embalo da enorme descida até a cidade de Barcelonete, onde parei faminto a fim de comer um hambúrguer.
Decidi continuar um pouco mais, visto que ainda eram 14hs.
Um tempo depois, cheguei à cidade de Tallard, local em que achei um camping, montei minha barraquinha, fiz minha comida e dei as boas novas para a família. Vive la France!
A tática do saco de pão foi um sucesso! Não senti muito frio durante a descida. Andei quase trinta quilômetros só no embalo da enorme descida até a cidade de Barcelonete, onde parei faminto a fim de comer um hambúrguer.
Decidi continuar um pouco mais, visto que ainda eram 14hs.
Um tempo depois, cheguei à cidade de Tallard, local em que achei um camping, montei minha barraquinha, fiz minha comida e dei as boas novas para a família. Vive la France!
Distância: 162,1 km
Média: 25,2 km/h
Asc: 1513 m
Tempo: 6h25’
Acomodação/preço: Albergue – 13,50 Euros
Zarpei
às 11h00min devido a minha ida ao correio a fim de enviar uns postais para o
Brasil. Quando comecei o pedal, pude observar o quanto a cidade de Tallard
respira esporte outdoor. Logo pela manhã, enquanto desmontava minha barraca,
ouvi um barulho de papel sendo amassado. Olhei para o céu e vi que o barulho,
na verdade, se tratava de paraquedistas abrindo o velame de seus pára-quedas.
Saindo da cidade, em meio a um vale belíssimo, vi carros com caiaques, asas
delta, e inúmeras placas indicando locais para escalar. Um verdadeiro paraíso
outdoor! Pude confirmar isso passando pelas estradinhas vicinais da região. Dá
vontade de ficar e treinar o dia todo!
No meio do dia, passei pela “garganta do
Monge”, local bonito e excelente para o trail run. Com 90km, passei pelo colo
do homem morto, com 1213m, de onde pude avistar o famoso Mont Ventoux. De lá ainda
passei por outro lugar incrível, a “Garganta do Rio Nesque”, um dos lugares
mais bonitos que conheci.
Descendo do rio, passei por
Cartempras, onde iria dormir, mas resolvi esticar mais 25km até Avignon.
Cheguei às 19h e não me arrependi; uma cidade histórica belíssima, outro patrimônio
histórico da humanidade.
Off
26/05/2014 Avignon - Montagnac
Distância: 155 km
Média: 20 km/h
Asc: 2158 m
Tempo: 7h45’
Acomodação/preço: Camping – 10 Euros
Dia mais difícil da viagem. Tempo frio e com vento contra o dia todo. Região de ventos constantes e fortes. Após Nimes, peguei muitas estradas de terra e trilhas de fazenda, fato que atrasou muito minha progressão. Muitas pedras.
Dia
longo! Errei o percurso várias vezes, vento contra o tempo todo, o zíper da
mochila quebrou, dor nas costas, dor no joelho e uma áfita no céu da boca que
não me deixa em paz!
Ohh
dia comprido...
27/05/2014 Montagnac - Tuchan
Distância: 107 km
Média: 23,6 km/h
Asc: 867 m
Tempo: 4h33’
Acomodação/preço: Camping – 6,20 Euros
O
vento forte e contra me acompanhou quase o dia todo. Paisagem parecida com o
dia anterior. Em Tuchan, achei um camping bem bacana, o melhor até então. O
joelho “apitou” boa parte do pedal. Amanhã sigo em direção aos Pireneus com
intenção de atravessar a fronteira França/Espanha. Para tanto, separei novamente as roupas de
frio que tenho, que são poucas!
A previsão para amanhã é boa, mas o trecho mais alto, 1577m, será no final do dia, hora já adiantada.
Conheci,
por coincidência, outro casal de holandeses no camping. Super simpáticos. Ofereceram-me
suco, chá e algumas laranjas. Terminei o dia com uma leve corrida de 6 km.
Distância: 74,5 km
Média: 15,6 km/h
Asc: 2118 m
Tempo: 4h46’
Acomodação/preço: Hotel – 34 Euros
Saída
com atraso. 10h00min. Logo no início do dia, a rota que havia planejado, saía
da estrada principal e percorria trilhas que só mesmo empurrando a bike para passar. Teimoso e orgulhoso como sou, insisti achando que seria apenas
um pequeno trecho naquela “peleja”. Contudo, ao sair em uma estrada de asfalto,
a poucos metros já havia outra difícil trilha a percorrer.
Para quem iria subir à 1600 metros nos Pirineus, com o objetivo de entrar na Espanha no mesmo dia, foi uma grande burrice insistir nas intermináveis subidas pelas trilhas dos Pirineus. Belos visuais, mas tudo isso me custou caro. Com apenas 60 quilômetros rodados, fui surpreendido por uma frente fria no “colo de Roque Jalére”, 990m, e, com isso, fui forçado a descer correndo, lutando contra um frio desgraçado até a cidade de Prades, onde, todo encharcado e tremendo de frio, achei melhor pernoitar.
Para quem iria subir à 1600 metros nos Pirineus, com o objetivo de entrar na Espanha no mesmo dia, foi uma grande burrice insistir nas intermináveis subidas pelas trilhas dos Pirineus. Belos visuais, mas tudo isso me custou caro. Com apenas 60 quilômetros rodados, fui surpreendido por uma frente fria no “colo de Roque Jalére”, 990m, e, com isso, fui forçado a descer correndo, lutando contra um frio desgraçado até a cidade de Prades, onde, todo encharcado e tremendo de frio, achei melhor pernoitar.
Ainda
não aprendi a ter um pouco mais de bom senso e não insistir em percursos “duvidosos”
na fase de planejamento, pois como percebi, várias trilhas aparentemente
tranquilas na tela do computador podem se tornar um martírio na execução. Como
diria o personagem Chaves: “Que burrrro!”
29/05/2014 Prades – La Seu D’Urgell
(Espanha!!)
Distância:
106 kmMédia: 22,3 km/h
Asc: 1799 m
Tempo: 4h45’
Acomodação/preço: Hotel – 25 Euros
Já
imaginava que seria um dia complicado por se tratar da região dos Pireneus, mas
acabou sendo ainda pior. Passei as duas primeiras horas do
dia só subindo os 28 quilômetros até o “Col.de Perche” (1570 m). Fazendo frio e
com o tempo fechado, a subida não acabava nunca! Ao chegar ao ponto mais alto
da travessia e avistar a paisagem do vale pelo qual iria descer, desanimei com
o aspecto lúgubre; nuvens cinza e chuvas isoladas preenchiam minha visão.
Vesti o anorak, as luvas térmicas, o gorro e me lancei no rumo planejado. Tinha acreditado que daquele ponto em diante seria agraciado pelo enorme desnível que iria descer, contudo, um forte vento contra canalizado entre as paredes das montanhas extinguia quase todo o embalo que a gravidade me proporcionava. Apesar disso, peguei pouca chuva durante a descida e terminei o dia na simpática cidade de La Seu D’Urgell, já na Espanha! Cruzava a segunda fronteira da viagem.
Após
conhecer a bela cidade, aproveitei o final do dia para correr um pouco (8km). Vesti o anorak, as luvas térmicas, o gorro e me lancei no rumo planejado. Tinha acreditado que daquele ponto em diante seria agraciado pelo enorme desnível que iria descer, contudo, um forte vento contra canalizado entre as paredes das montanhas extinguia quase todo o embalo que a gravidade me proporcionava. Apesar disso, peguei pouca chuva durante a descida e terminei o dia na simpática cidade de La Seu D’Urgell, já na Espanha! Cruzava a segunda fronteira da viagem.
30/05/2014 La Seu D’Urgell - Fraga
Média: 24,9 km/h
Asc: 1539 m
Tempo: 6h32’
Acomodação/preço: Pousada – 20 Euros
E o vento continua a me massacrar...
A partir deste ponto não havia planejado a rota que seguiria. Preferi percorrer uma parte da viagem ouvindo sugestões das pessoas que encontrasse pelo caminho. Deste modo, iria seguir para o oeste, sempre consultando mapas e aceitando sugestões dos locais. Havia também o fato de não saber ao certo quais pistas poderiam ou não ser utilizadas por ciclistas. O acaso me acompanharia...
Continua...