quinta-feira, 3 de abril de 2014

Belo Horizonte - Itajubá de bike


Duração: 8 dias
Distância: 490 km
Ascensão acumulada: 16279 m

No início do ano, machuquei meu quadril enquanto corria. Desde então, estou sem correr para que a lesão se cure. Diante desta situação, só podendo pedalar e nadar, “desengavetei” uma viagem de bike pelo interior de Minas Gerais que havia planejado há algum tempo. Minha ideia consistia em sair de Belo Horizonte (cidade mais próxima de Brumadinho, onde se situa o Instituto Inhotim – museu que eu tinha muita vontade de conhecer) e chegar em Itajubá. Saindo de BH, depois de passar em Inhotim, eu me dirigiria para a região da Serra da Mantiqueira e, na sequência, chegaria em Itajubá, cidade em que eu terminaria a viagem com uma visita a Dna. Vanda, avó de minha namorada. Após organizar o roteiro no Google e juntar a pequena tralha para a viagem, zarpei para o que prometia ser uma das mais belas viagens de bike que havia planejado.

1º dia 17/03/14  BH (bairro Jardim Canadá) – Brumadinho
Distância: 38,2 km
Tempo: 1h37’
Média: 23 km/h
Ascensão: 802 m

Saí às 15:40h com tempo bom. Quando liguei o GPS para zarpar, simplesmente desapareceu um pequeno trecho da rota que havia planejado fazer até Brumadinho. Sem saber o porquê, consegui chegar até onde a rota continuava no GPS, aproximadamente 5 km depois, e dei prosseguimento à viagem. Neste dia programei-me para rodar menos, pois sabia que demoraria na organização de tudo e na chegada ao local de partida.
Já nos primeiros 10 quilômetros passei pelo Parque Estadual da Serra do Rola Moça. O visual magnífico me dava as boas vindas e mostrava o que eu encontraria pelo resto do trajeto.
Êh Minas Gerais!

2º dia 18/03/14  Visita ao Instituto Inhotim (Brumadinho) 


 
Sendo um dos bons motivos que tive para começar essa viagem por BH, o Instituto Inhotim (uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) abriga diversas galerias e obras de arte contemporânea a céu aberto em uma área de 100 hectares de florestas e jardins muito bem cuidados. Considerado um dos maiores do mundo com essas características. Vale, e muito, tirar um dia para conhecê-lo.





















3º dia 19/03/14  Brumadinho – Desterro de Entre Rios/MG

Distância: 93 km
Tempo: 5h09’
Média: 18 km/h
Ascensão: 3241 m





Com calor e poucas nuvens, a primeira parte da pedalada desse dia (até Bonfim) foi bem tranquila, tendo o percurso se tornado mais complicado e tortuoso de Bonfim até Desterro, no qual haviam muitas subidas e alguns singles tracks bem técnicos. Ao chegar em Desterro de Entre Rios, uma típica pacata cidade mineira, saí para procurar algo para comer. Além de um "mixto quente" bem gorduroso, desfrutei do bom som do fole tocado pelo "Tinirto" (Tio Nilson)!!!



  
4º dia 20/03/14  Desterro de Entre Rios - Tiradentes
Distância: 76 km
Tempo: 4h
Média: 19 km/h
Ascensão: 2260 m

Às 10:25h, com tempo encoberto, mas fazendo calor, zarpei rumo a Tiradentes. Peguei algumas subidas e descidas no estilo “rolling hills” até a cidade de Resende Costa. Desta cidade até Tiradentes, passei por uma sequência alucinante de “single tracks” e estradas vicinais. 20 quilômetros antes de chegar em Tiradentes, avistei a grande serra que abriga a cidade. Porém, para chegar a Tiradentes, planejei passar pela antiga trilha dos escravos, caminho feito de pedras atravessando a serra.



Por vários momentos, tive que carregar a bike a fim de transpor os obstáculos.
Lá em cima da serra, percorri a trilha paralelamente a um córrego com inúmeras cachoeiras e poços. Ao cruzar a serra para o lado de Tiradentes, com o belo visual da cidade ao fundo, despenquei até meu destino do dia por uma trilha cavada pela erosão da chuva.



 
5º dia 21/03/14  Tiradentes – São Vicente de Minas

Distância: 91,7km
Tempo: 4h29’
Média: 20,5 km/h
Ascensão: 2128 m

Saída às 10:35h com tempo bom. Primeiros 25 km “travados” (muitas cercas, porteiras, subidas e singles), o que atrasou um pouco a progressão do dia. No segundo trecho do dia, de Madre de Deus até São Vicente, pedalei pela primeira e última vez pelo asfalto nesta viagem. Foi o único trecho que, na fase do planejamento, não havia conseguido passar por terra sem desviar muito de meu destino.











6º dia 22/03/14  São Vicente de Minas - Aiuruoca
Distância: 53,2 km
Tempo: 2h50’
Média: 18,7 km/h
Ascensão: 1740 m

Céu nublado e temperatura amena na saída (10:25h). “Rolling hills” durante todo o dia. Um eterno sobe e desce!  Vento forte e contra durante boa parte do percurso.








7º dia 23/03/14  Aiuruoca – Pouso Alto
Distância: 73,3 km
Tempo: 5h06’
Média: 14,3 km/h
Ascensão: 3256 m





Mais uma vez zarpei às 10:00h. Sabia que esse dia seria pedreira! Primeira hora de viagem, literalmente, só de subida. Foram 1000 metros verticais em meros 15 km de percurso. Uma verdadeira provação divina...

Apesar do sofrimento, visual inacreditável. Vista para os dois vales separados pela Serra do Papagaio. Após despencar vários metros até o fundo do vale seguinte, dei continuidade a minha provação do dia: mais subidas intermináveis; menores, mas uma atrás da outra, até chegar ao vilarejo Piracicaba, onde tomei a melhor Coca Cola de minha vida!







Do vilarejo Piracicaba, subi e desci alguns “rolling hills” até chegar ao pé da segunda cordilheira do dia, a qual, onde havia planejado cruzar, só poderia ser transposta por antigas trilhas de vaca. Este fato, aliado à inclinação da “morra”, fez com que essa parte do percurso se tornasse um sofrido e longo empurra bike.

Chegando na crista da cordilheira, avistei a cidade de Pouso Alto e agradeci o fato de ter que despencar 10 quilômetros por uma trilha muito bacana até a cidade. Alívio ao chegar! Sem dúvida, o dia mais difícil da viagem.   














8º dia 24/03/14  Pouso Alto – Itajubá
Distância: 86,8 km
Tempo: 4h47’
Média: 18 km/h
Ascensão: 2868 m



Como era o último dia de viagem, consegui sair um pouco mais cedo: 09:50h!! com tempo bom e poucas nuvens. Os primeiros 30 quilômetros foram de pequenos aclives e declives. A partir da cidade de Dom Viçoso, subi uma bela “piramba” até o vilarejo de Pinto Negreiros, onde saí da estrada principal e peguei uma vicinal que apelidei de “estrada do céu”.


Terminando a subida, avistei inúmeros picos da Serra da Mantiqueira, inclusive a região do Itatiaia. Após me hidratar, comer e tirar algumas fotos, desci de 1620 metros acima do nível do mar até 1250 metros, altitude da cidade de Maria da Fé, local onde eu havia programado de conhecer o ateliê do artista plástico Domingos Tótora (www.domingostotora.com.br). Em um belo e agradável local de trabalho, Tótora faz peças (mobílias, vasos e outras) com papelão reciclado.

Após ter sido muito bem recebido e ter conhecido algumas obras de Tótora, dei continuidade a minha viagem baixando mais 400 metros em 20 quilômetros até a cidade de Itajubá, onde havia me organizado para finalizar essa “bike trip” e fazer uma visita para Dna. Vanda, avó de minha namorada. Contudo, infelizmente, Dna. Vanda não se encontrava na cidade e tudo que pude fazer foi tirar uma foto de sua bela casinha e mostrar que realmente fui visitá-la...  Fica pra próxima!  

Sensacional...

Agradecimentos:
Kailash Team Neptunia
Traveler.com.br
D´stak academia
Bike Brothers
La Sportiva
Celinha e Haroldo (Itajubá)
Dagozão (resgate no fim da viagem)