Salkantay - Machu Picchu (Peru)

Duração: 3 dias
Distância: 50 km
Integrantes: Manzan, Pablo e Rafael.
Local: Cordilheira dos Andes - Machu Picchu (Peru)
Conheci a dupla Pablo e Rafael há alguns anos, quando passei algumas planilhas de treino para os dois. Há alguns meses, encontrei o Rafael em um aniversário, oportunidade em que ele me disse que estava morando em Rio Branco-AC. Soubera que uma estrada ligando o Brasil à costa do Pacífico, passando por Cuzco, havia sido recém inaugurada. Por conta de minha costumeira inquietude, não aguentei e programamos, na mesma hora, esta viagem.
A ideia era eu e o Pablo pegarmos um voo para Rio Branco, encontrar com o Rafael nos esperando com seu "possante" e seguirmos de carro rumo a Cuzco, distante 1000 km dali, e, chegando lá, fazermos a trilha do Cerro Salkantay (50 km), a qual sai da vila de Mollepata e chega na cidade de Aguas Calientes, aos pés de Machu Picchu.
Dispúnhamos de uma semana para realizar todo o projeto (ida e volta), e se eu disser que zeramos tudo "no relógio", não estaria mentindo.
Ao chegar em Cuzco, ficamos um dia organizando os últimos detalhes e aproveitamos para nos aclimatar. No dia planejado, um taxi nos deixou no início da trilha. Saímos de 3850 metros e pretendíamos atravessar o ponto de maior altitude do trekking (4700m) para, então, acamparmos a 4000 metros, já descendo rumo ao vale principal que dá acesso a Aguas Calientes.
A noite não foi muito fria (5°C), mas com uma chuva fina que deixou o amanhecer bem fechado. Contudo, com seus primeiros raios, o sol aqueceu o ambiente e dissipou as nuvens, permitindo que desfrutássemos do vale em que havíamos acampado, sem tê-lo visto na noite anterior.
Devido aos efeitos da altitude, não nos foi possível percorrer grande distância no dia anterior: apenas 12 km com uma subida interminável! Ainda assim, não sentimos muito a altitude. O Rafael e o Pablo sentiram apenas um pouco de dor de cabeça ao dormir.
No segundo dia, à medida em que perdíamos altitude, ganhávamos calor, umidade e muita vegetação. Caminhamos o dia todo ao lado de um rio que se tornava mais caudaloso à medida em que recebia mais água de seus tributários.
Impressionante mesmo foi passar por diversos desmoronamentos nas encostas dos morros encharcados devido às chuvas na região.
Ao chegarmos em nosso ponto planejado para o segundo pernoite, uma desanimadora chuva caía sem dar tréguas. É dureza montar uma barraca com tudo molhado. Por sorte, estávamos em um vilarejo em que havia uma espécie de mercearia aberta. Decidimos esperar a chuva passar tomando a tão sonhada Coca-Cola! Conversando com a dona da mercearia, Sra. Timótea, indaguei se não poderíamos dormir no chão de sua "empresa", pois estávamos bem cansados e molhados para sair e montar acampamento.
Com um belo sorriso peruano no rosto, a Sra. Timótea não só emitiu o passe livre para nosso aposento, como nos ofertou uma maravilhosa salada de tomate com abacate!
Após uma ótima noite de descanso, cruzamos uma montanha para chegar à estação em que pegaríamos o trem para Aguas Calientes. No ponto mais alto desta montanha (3880 metros), avistamos pela primeira vez a cidade histórica de Machu Picchu. Apesar da distância, foi impressionante observar a arquitetura Inca daquele ângulo. Dali para frente, tínhamos apenas que descer até 1900 metros para finalizar o trekking. O problema é que descer, depois de três dias na montanha, se torna bem mais complicado que subir!
Com a sensação de ter feito um Ironman, completamos o trajeto de 45 km exatamente dentro do tempo planejado.
No dia seguinte, saímos de ônibus de Aguas Calientes a fim de conhecermos Machu Picchu.
Não imaginava a grandiosidade daquele lugar. É de tirar o fôlego a arquitetura e a perspicácia dos Incas. Só vendo para tirar conclusões. Ao final da visita à cidade de Machu Picchu, havia a possibilidade de subir a montanha Machu Picchu (3150 metros), que fica do lado oposto ao Wayna Picchu. De lá, se tem uma vista privilegiada de toda cadeia de montanha que circunda o centro da civilização Inca.
Pretendia subir devagar a infinita seção de degraus, com 1,8 km de extensão, que leva ao cume desta montanha, mas quando um guia me falou que os locais subiam em 30 minutos, não consegui me manter inerte. Minha competitividade aflorou de imediato. Tinha que saber em quanto tempo eu poderia subir. Larguei a mochila, tomei dois goles d'água, peguei a máquina de fotos e zerei o cronômetro!
Após 22'54" dava meu último passo no cume. Pronto. Agora a viajem estava completa!


Agradecimentos:
D´Stak Academia
IBITI equipamentos

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