EMA Mix Terra

Município de Itu - SP, 20/11/2012

Desde criança, tenho uma forte ligação com o mato, quando meu pai, espeleólogo, me arrastava para os "perrengues" que minusciosamente preparava a fim de explorar as centenas de cavernas do estado de Goiás. Lá ia eu, arrastando mochila e fita métrica para ajudá-lo a confeccionar a topografia destes lugares únicos. É evidente que, na maioria das vezes, me questionava: o que estou fazendo aqui?

O fato é que toda aquela experiência me deixou um legado enorme. Desde então, não consigo ficar mais de 15 dias sem dar uma escapada para o campo. Lembro-me do dia em que escutei algo sobre corrida de aventura pela primeira vez. Já praticava triathlon e a união do mato com os esportes de que gosto me cativou de imediato.

Algum tempo depois, fui saber que a primeira corrida de aventura realizada no Brasil fora o EMA. Sem entender como é possível, em uma prova dessas, aguentar, muitas vezes, 7 dias de sofrimento, sem comer nem dormir direito, fico admirando, à distância, esses super-homens.

Não poderia escrever este post, contando os detalhes de minha prova, sem antes contar um pouco da história de que tenho conhecimento a respeito do Alexandre Freitas, idealizador das corridas do EMA.

Após trazer a cultura da corrida de aventura para o Brasil, Freitas, durante o Eco Challenge das Ilhas Fiji, ingeriu um pedaço de peixe contendo um virus ou bactéria (não sei ao certo) raríssimo(a), o(a) qual, ao se desenvolver em seu corpo, se alojou em sua medula, quase levando-o à óbito devido ao seu debilitado estado físico em decorrência da prova da qual participava. No dia 20/11/2012, Freitas voltou a estar envolvido com este tipo de prova, fazendo parte da organização de um novo formato dado às corridas do EMA.

A prova contou inicialmente com 15 km de corrida rústica e, na sequência, 25 km de um mountain bike super divertido e rápido.

Para esta nova fase do EMA, realizada em duplas para manter o espírito de equipe de uma corrida de aventura, tive a satisfação de correr com o atleta do triathlon Cross country Cid Barbosa, de Natal. Forte na corrida, sabia que eu teria que correr bem para acompanhá-lo. Ciente do alto nível das outras duplas, planejamos uma estratégia de aproveitarmos as modalidades em que nos destacamos para atacar nas subidas e, assim, tentarmos abrir uma vantagem já na primeira etapa da prova, a corrida. Largamos bem e nas primeiras subidas do percurso colocamos em prática o que havíamos planejado. Ao final do belo percurso de corrida, com um pequeno trecho de descida técnica antes da transição, estávamos com 1'30" de vantagem. Apesar de não saber desta vantagem no momento da prova, perturbei meu parceiro para forçarmos o ritmo na dura subida do começo da bike para podermos administrar melhor a prova no decorrer do percurso (divertidíssimo, por sinal).

Entramos no trecho de single track sem saber quanto tempo de vantagem tínhamos para a segunda dupla. Diante disso, perturbei um pouco mais meu parceiro para garantirmos a prova naquele trecho impondo a última dose de força do dia, afinal, perder nos últimos metros não é nada agradável...

Após 1h52' de prova, cruzamos mortos, porém realizados, a linha de chegada em primeiro. Mais que o significado da primeira colocação, sabíamos que estávamos fazendo parte da continuação de uma história da qual sou grande admirador.

Parabéns à equipe do EMA.


Abraço.

Manza


Agradecimentos:


SCOTT

Traveler.com

D'Stak academia

Cycling Bike Shop

Postagens mais visitadas