Xterra World Championship 2010 - 11º lugar


Conciliar trabalho, treinos e uma pós-graduação não é fácil. Por conta de "estar levando" este ritmo de vida, não imaginava ir bem no mundial. Fiquei bem feliz. Talvez um pouco decepcionado por ter ficado fora do podium por apenas 9 segundos. Mas, é muito bom, depois de tantos anos no triathlon e com 36 anos, estar lá e olhar para todos aqueles atletas e saber que vc está praticamente entre os dez melhores do mundo. Em relação à prova, poucas vezes larguei tão desencanado com resultado, o que, creio, me favoreceu. Fiz uma boa natação, saindo a um minuto do primeiro colocado. Quando peguei a bike pensei: Manza, agora é tentar subir bem e concentrar para não cair nas difíceis descidas do percurso. Consegui ultrapassar alguns atletas nesta modalidade na subida, mas, nas descidas, perdia as mesmas posições devido a estar correndo com uma bike hard tail (sem suspensão traseira). Todos os 20 primeiros colocados correram de full suspension (com suspensão traseira). Acabei terminando a bike sem muitos problemas no percurso, mas sabendo que com uma "full" poderia ter abaixado um pouco de meu tempo. Na corrida, saí me sentindo bem. Mas, com o calor que fazia, não sabia se poderia manter aquele ritmo. Me surpreendi quando comecei a passar alguns atletas e comecei a crescer na prova.
Até que ouvi alguém gritar que eu estava entre os quinze. Show! Aí, avistei uns quatro atletas juntos e decidi tentar a sorte! Sabia que estava em décimo primeiro depois de ultrapassá-los. Após o último trecho de areia da prova, vi o décimo, mas alguém avisou para o sacana que eu estava chegando e ele acelerou no finalzinho impedindo que eu o ultrapassasse. Tudo bem, ano que vem tem mais...
O percuso do mundial é sempre no mesmo lugar, cheio de pedras pontudas soltas do tamanho de uma bola de baseball. Não tem nenhum lugar parecido no mundo, o que se torna quase impossível de treinar em situações parecidas. O percurso requer uma técnica apurada de descidas, pois a bike está sempre sendo jogada para cima e para os lados. Se vc deixa de dominá-la por um único instante, vai para o chão certamente. Para ir bem lá em Maui, tem que se fazer várias provas no local para ir pegando as "manhas" do percurso.
Com o ano quase terminando, só vou correr mais uma prova, irei participar do Brasil Ride na Chapada Diamantina, prova de mountain bike de 600 km em seis dias e em dupla. Para o ano que vem, além dos Xterras, planejo fazer uma viagem de caiaque em fevereiro, provavelmente saindo de Natal e chegando em Reife. Em julho, pretendo escalar mais uma montanha acima de 6000m na América do Sul, provavelmente na Cordilera Blanca no Peru, se tudo correr dentro do planejado.

Abraço.

Agradecimentos:

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