Xterra Pedra Azul - Novo parâmetro de sofrimento

Pedra Azul - ES

É incrível como um plano inicialmente traçado pode se transformar de um momento para o outro. No dia 15 de maio de 2010 foi realizada a segunda etapa regional do circuito Xterra. Desta vez, a cidade de Pedra Azul foi o palco de uma das provas mais difíceis e técnicas já realizadas no Brasil. Saí de casa com a intenção de fazer esta prova e, em seguida, no final de semana seguinte, correr a etapa de Teresópolis.

Já na véspera da prova sabia que seria uma prova bem no estilo "survival"! Cheguei em Pedra Azul bem confiante para fazer as duas etapas. Havia treinado direitinho e tudo o que queria era botar em prática o "dever de casa"! Bem, era o plano inicial.

Mas, como nem tudo são flores, tive que mudar minha estratégia de prova após tentar evitar um choque com uma árvore, em um downhill, colocando minha mão esquerda protejendo meu rosto. Estava liderando a prova até este momento, quando ouvi aquele horrível estalo: tek!

Pronto. Sabia que havia quebrado a mão. Tentei mexer os dedos, fato que após uma dor de parto consegui. Daí pensei: Já quebrou, eu não morri e a prova não terminou. Pensei comigo: Vamos tentar pelo menos terminar a prova. Segurei o guidon da maneira que consegui e fui-me embora. Descobri, creio que pelo sangue quente da ocasião, que nas subidas, como não havia trepidação, a dor era controlável. Porém, nas descidas, a trepidação da bike nos buracos, me fazia ranger os dentes e implorar para aparecer uma subida e, com isso, aliviar a dor. Ageitei ainda mais minha mão no guidon, de modo que segurava o punho esquerdo apenas com os três primeiros dedos e deixava os dois menores fechados de fora do guidon (repare na foto maior o inchaço da mão esquerda!). Desta maneira, tive que reduzir o ritmo de minhas descidas para aguentar a dor.

Saí para correr em segundo com um déficit de dois minutos para o primeiro colocado. Nos primeiros metros de corrida, percebi que doía bem menos que na bike, o que me deu motivação para fazer uma forcinha extra e terminar a prova na primeira colocação.

O martírio que se tornou a prova após a fratura de minha mão me fez pensar que dali em diante seria uma prova de sobrevivência. Porém, pelo que vi e confirmei, a cabeça manda e o corpo obedece! O que sei realmente é que ampliei meu limite de sofrimento.

Abraço!

Manzan.

Resultados:

Alexandre Manzan 2h23min

Frederico Zacharias 2h29min

Alex Nascimento 2h40min


Conto com o apoio dos parceiros:
Scott

Traveler.com.br

Upis

Cycling bike shop

D´stak academia

Postagens mais visitadas