segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Paciência...


Edema da medular óssea subcondral adjacente, sugerindo sacroileite! Achou complicado? Complicado para mim é ter paciência para esperar os três meses sem correr...
Esse foi o prazo que meu médico me deu sem pisar nas trilhas. O Dr. Montenegro já me conhece há algum tempo, tendo já me operado um ombro, uma mão (corri o Xterra da Amazônia, em 2010, com a mão ainda com os pontos), cuidado de um esporão de calcâneo e agora de meu quadril. Contudo, desta vez, conforme determinado pelo Dr. Montenegro, não posso ser rebelde em minha recuperação ou corro o risco de não ter a lesão curada tão cedo!
Puxa! Paciência. Tudo o que nunca tive!
Estava no quilômetro 15 dos 20 que planejei correr na areia em uma bela tarde baiana, quando senti uma pequena fisgada no glúteo direito. Pensando no Cruce de los Andes, prova para a qual treinava, não imaginava a gravidade daquele fisgada. Após três dias da longa, fui correr novamente, ocasião em que não passei do quilômetro 3, com o lado direito do quadril latejando de dor.
Ok, vamos ao Dr. Montenegro!
Com os resultados dos exames em mãos, ele me parabenizou: você teve sorte. A cabeça do fêmur parece a de um bebê, mas a articulação sacroilíaca exige cuidados. Tive um edema ósseo na região dessa articulação, algo bem raro para uma pessoa com meu peso (65kg). Pelo que entendi estudando casos parecidos, a corrida em terrenos irregulares gera uma oscilação constante do quadril, recebendo, durante alguns saltos e passadas mais largas, grandes impactos e torções, sobrecarregando as articulações desta região.
Tentando me conformar com o período "de molho", fiz uma reflexão de meus treinos e hábitos a fim de identificar "onde havia errado"!
Lembrei-me do excesso de treinos na areia, da escolha constante por terrenos mais íngremes e difíceis, de uma possível fragilidade muscular na região de meu core, das várias modalidades praticadas paralelamente à corrida, do stress rotineiro, e inclusive de minha idade (39) e do tempo praticando esporte em alto nível.
Desisti de pontuar um "culpado" e concluí que devo parar!
Parar de insistir quando o corpo pede um descanso, parar de querer mais quando já se tem um bocado, parar de pensar que estou velho, over!
Por fim, concluí que devo continuar em minha trilha, assim que meu quadril parar de reclamar!

"A paciência é a única solução para os males que não têm solução"
Joseph Joubert

Orgulhoso de fazer parte da Kailash Team Neptunia, aproveito a oportunidade para agradecer o apoio e compreensão recebidos pela equipe. Além de um tempo fora das pistas, não poderei correr o Cruce de Los Andes em dupla com o Chico Santos, fato que me deixou bastante chateado.
Desejo a todos os amigos da equipe uma excelente prova e boas risadas na Patagônia, local a que tenho muito apreço!

Grande abraço a todos e até breve!

Alexandre Manzan

sábado, 11 de janeiro de 2014

Kailash Team Neptunia

A Kailash e a Neptunia seguros se uniram em um projeto audacioso: formar uma equipe de corrida de montanha. Nada parecido havia sido realizado no Brasil, pois criar uma equipe de corredores de montanha no país do futebol não é nada fácil.  
As marcas Exceed, Gorgeous eventos, Suisse chocolates, Refúgio Serra Fina e La Sportiva se juntaram aos idealizadores e estão, cada uma na sua competência, apoiando a equipe.
Quando o Tani (Kailash) me convidou para fazer parte do time, fiquei muito honrado. 
De acordo com Tani, a ideia é fornecer condições para que os atletas da Kailash Team Neptunia possam, aprimorar suas performances e correr provas de corrida de montanha e trail run pelo mundo. 
No meu caso, ao entrar para a equipe, tive a liberdade de continuar a correr algumas provas do Xterra (triathlon cross) e alguns multisportes. 
Em um final de semana de novembro de 2013, a equipe se reuniu, pela primeira vez, no Refúgio Serra Fina, na Serra da Mantiqueira, onde os atletas tiveram a oportunidade de se conhecer melhor e trocar experiências em meio a um dos lugares mais propícios à prática da modalidade.  
Este ano, a equipe inaugura seu calendário com alguns de seus atletas correndo o Cruce de Los Andes, na patagônia argentina e chilena. Orgulho de fazer parte!!  
Atletas da equipe Kailash Team Neptunia:
Raphael Campos  
Chico Santos
Marina Richwin
Ivan Pires
Carla Goulart
Alexandre Manzan
José Virgínio
Marcio Villar



RockyMan 2013
Data: 07 de novembro de 2013
Local: Rio de Janeiro 



Pela segunda vez, a cidade maravilhosa cediou o Rockyman, prova por equipes composta pelas modalidades: Surf, Mountain bike, Escalada, Corrida em trilha, SUP, e Canoa havaiana. Em 2013, fiquei com as modalidades de escalada e corrida em trilha. Como a tática de prova é um fator fundamental nesta prova, optamos por perder um pouco na escalada (meu nível não é lá essas coisas!) e tentar recuperar nas modalidades específicas e com a consistência nas modalidades em equipe (Corrida e Canoa havaiana). 
Em um dia perfeito, equipes nacionais e internacionais suaram o gogó pelas mais belas paisagens cariocas. Na soma final dos tempos, minha equipe (Núcleo Aventura) terminou na 3ª colocação, sendo a 1ª equipe brasileira.












Nas modalidades individuais, fiquei em 13º na escalada (o nível estava absurdo!) e 3º na corrida de montanha (1º brasileiro).   
  

Resultados:
1º Team USA                      10:51:07
2º Team Nova Zelândia       11:31:16
3º Team Núcleo Aventura 11:37:36
4º Team Quasar Lontra       11:48:11
5º Team Ironman                11:52:47



Red Bull Kirimbawa
Data: 09 de dezembro de 2013
Local: Floresta amazônica

Fui convidado para participar do Red Bull Kirimbawa pouco tempo antes de participar do Rockyman no Rio. Por conta disso, não tive muito tempo de ajustar os treinos a fim de correr os 50 quilômetros pela floresta amazônica. Apesar da complicação que seria ajustar os treinos, não pude deixar de correr mais uma vez pelo "pulmão do mundo". 
A prova foi composta pelas modalidades de corrida em trilha (50 km), mountain bike (100 km) e canoagem (50 km), sendo que trinta atletas de cada modalidade foram convidados para formarem trinta equipes por meio de sorteio nas vésperas da prova. Apesar do interessante formato, a possibilidade de cair em uma equipe mais ou menos era grande.
A corrida foi a primeira modalidade a largar. Os atletas da corrida tomaram um barco no começo da noite em direçaõ à tribo indígena Inhaãn-Bé, local onde todos dormiram em redes montadas pelo Exército em meio à tribo indígena. O toque de alvorada foi dado às 02:00hs, momento em que tomamos um leve desjejum e nos alinhamos para a largada, às 03:00hs, após uma cerimônia realizada pelos índios.

Correr na floresta amazônica na madrugada foi realmente algo indescritível. A sensação de que a qualquer momento podíamos dar de cara com uma onça ou pisar em uma sucuri era adrenalizante. Contudo, com 20 minutos de prova, o foco na competição tirou um pouco do medo dos bichos. 
Corremos em meio ao breu por quase toda a prova, só vendo a luz do dia nos últimos quilômetros. Aliás, a parte mais surpreendente da prova foi justamente ver o dia nascer correndo em meio à floresta. De um momento a outro, a floresta surgiu em meio aos primeiros raios de sol. Nesse momento é que nos demos conta de onde realmente estávamos.    
Ao final, na soma dos tempos, o título de Grande Guerreiro (Kirimbawa) ficou com a equipe Xingu, composta pelo corredor Roberto Tadao, o biker Thiago Aroreira e o canoísta Marcelo Lins.
Resultados:
Por Equipes: 1º Xingu
                    2º Tucano
                    3º Ariranha
Individual - Corrida: 1º Fernando Bezerra da Silva
                               2º Alexandre Manzan
                               3 ºIsrael Barbosa de Deus
  






* crédito das fotos Alexandre Koda

Abraço e um excelente 2014, cheio de terra!

Manza



Agradecimentos:

Kailash
Neptunia seguros
Traveler.com.br
D´stak academia
Bike Brothers

Represa de Corumbá IV - Caldas Novas


Represa de Corumbá IV - Caiaque
Total remado: 73 km
Duração: 3 dias
Integrantes: Alexandre Manzan, Raphael e Pablo


1º dia: 19/12/2013
Saída: 17:00 rio do Peixe
1h45' remada
17 km
 
No último mês do ano de 2013, após alguns ajustes de datas com meus amigos, zarpamos para a última expedição do ano. Já havia remado em outras represas do rio Corumbá, mas ainda tinha planos de fazer a represa que se encontra próximo à cidade de Caldas Novas/GO. Do ponto de onde planejava sair até a represa propriamente dita, seriam praticamente 70 km.
Para facilitar a saída, consegui visualizar um pequeno tributário do Corumbá (rio do Peixe) que cruzava a rodovia por onde passaríamos de carro, fato que nos proporcionou remar por águas correntes por alguns quilômetros.
Contudo, tivemos que realizar uma portagem a fim de passar por uma série de corredeiras, pois nossos caiaques (de fibra) não foram feitos para descer por tais condições. Apesar da aventura, a travessia nos custou um precioso tempo no primeiro dia. Acampamos próximo à saída de um córrego que desembocava no Corumbá.
  
 
   



  2º dia: 20/12/2013
Saída: 10:00 em algum ponto do rio Corumbá
3h40' de remada
33 km 
 
No segundo dia, pretendíamos remar o máximo que conseguíssemos para podermos ter tempo de crédito no terceiro e último dia, pois, após terminar a remada, ainda teríamos que organizar toda a tralha no carro e dirigir de volta para casa. 


Parada próxima à cidade de Caldas Novas, onde é possível praticar a modalidade "psicobloc", na qual a parede de pedra para se escalar é a de um cânion do rio Corumbá. 
 
 
 




 
 
Ao final da jornada do dia, achamos uma bela e convidativa ilhota no meio da represa, onde não tivemos dúvida de dormir nossa última noite.
 
 



 
 
 

3º dia: 21/12/2013
Saída: 09:10 pequena ilha na Represa de Corumbá
2h40' remada
Chegada na Usina de Emborcação de Corumbá IV 
23 km
No último dia de remada, tínhamos poucos quilômetros até onde tinha planejado encontrar com o resgate. Até lá, passamos por belíssimas paisagens que a água represada ajudou a formar, inclusive uma cachoeira que caía direto altura da linha d'água da represa.
 
 
 
 
 
 
Havia combinado com meu pai de nos encontrarmos às 13:00hs na guarita da Usina, local onde eu teria que chegar correndo enquanto meus companheiros me esperariam organizando as coisas na beira da represa. Nossa única preocupação era se meu pai conseguiria "negociar" a entrada nas instalações da Usina a fim de nos resgatar. 
Fui até o ponto que meu GPS me indicava como sendo a guarita da usina, onde pude ver o carro do "Seu Dagô" se aproximando ao fundo!

 
 
 
 
 
 
  
Tudo certo! Nossa viagem acabava de se completar de acordo com o sonhado!
Ouvindo as belas letras de Raul Seixas, voltamos para casa contando os detalhes da represa para meu pai.
 
Abraço.
 
Manza