quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Expedição Antartida - parte I

 

Integrantes da expedição:
João Paulo Barbosa
Luis Hashimura
Ivone Lopes
Gabriel Marques
Marcos Amend
Alexandre Manzan
  
“Nunca supe el verdadero color de los muebles porque estuvieron cubiertos com fundas blancas hasta que se los llevó um incêndio”
Trecho do livro: Confieso que he vivido de P. Neruda
 
O João já havia me convidado para subirmos uma montanha há algum tempo. Em maio de 2012, recebi uma ligação dele me dizendo que planejava fretar um veleiro para irmos à Antártica escalar o monte Rio Branco (uma das duas montanhas com nomes brasileiros naquele continente). O monte Rio Branco fica no Cabo Perez, na latitude 65ºS, tem aproximadamente 960 metros e a única informação que tínhamos era que ele ainda não havia sido escalado. Até confirmarmos a viagem, tínhamos inúmeros detalhes e problemas a serem estudados e eliminados.

  O veleiro escolhido pelo João dispunha de uma janela de tempo para ir à Antártica entre os dias 28 de dezembro de 2012 e 24 de janeiro de 2013. Desta maneira, tínhamos que convidar mais quatro pessoas “dispostas” a passarem quase um mês sacolejando dentro de um pequeno veleiro pelos gélidos mares austrais do planeta. Já na primeira tentativa de preenchimento do veleiro, um casal, que havia confirmado, desistiu da empreitada. Desanimado com as dificuldades desta fase, achei que não conseguiríamos fechar a equipe do barco. Faltando apenas dois meses para a data da partida, o João conseguiu reunir mais quatro integrantes, fechando, assim, esta fase dramática. Zarparíamos no veleiro “Sauvage” com sua tripulação eu, João Paulo Barbosa (fotógrafo e montanhista) Luis Hashimura (escalador), Ivone Lopes (terapeuta), Gabriel Marques (artista circense) e Marcus Amend (fotógrafo), equipe que se mostraria perfeitamente entrosada e livre de conflitos durante toda a viagem.

Iniciou-se, então, a correria para organizar os equipamentos necessários, os quais, para uma viagem como esta, são numerosos e específicos. Tive, inclusive, que fabricar alguns equipamentos para ancoragem de escalada em neve, pois não tivemos um acesso fácil a este tipo de equipamento em terras tupiniquins! Corri atrás das especificações das estacas e placas para ancoragem na internet, comprei o material e fabriquei as peças que nos ajudaram a voltar vivos de nossas escaladas na Antártica.

Com quase tudo organizado, faltava, talvez, a parte mais complicada: conseguir coincidir minhas férias com o período estipulado para a expedição. Após uma longa negociação, consegui a data certa para minhas férias.

No dia do embarque, fatigado pelo longo processo de organização, ainda tentava lembrar-me de algo que pudesse ter esquecido. Depois de decolar ruma a Ushuaia, local da partida de nossa viagem rumo a Antártica, despenquei em um sono profundo e tranquilo.

Embarcamos no “Sauvage”, veleiro que seria nosso transporte e casa por 30 dias, em uma manhã fria e nublada. No dia 28 de dezembro, saímos pelo canal Beagle em direção a Puerto Williams – Chile, local em que pernoitamos uma noite a fim de aguardarmos uma zona de baixa pressão que passava pela rota em que cruzaríamos o oceano rumo ao continente gelado. No dia 30 de dezembro, passamos pelo Cabo Horn e seguimos em direção a Antártica. A partir daquele ponto, só veríamos terra quatro dias depois.
A passagem do Drake é uma zona de confluência de correntes marítimas e de ventos, o que faz desse local um dos piores para a navegação. Iríamos permanecer neste trecho durante um tempo considerável, fato que nos obrigou a esperar por uma boa janela de tempo. Ainda assim, como vimos, o Drake há de ser respeitado! Dos seis passageiros a bordo, cinco passaram mal com o temperamento do mar. Durante nossa navegação pelos canais da Terra do Fogo, nos reuníamos frequentemente na mesa de centro do interior do veleiro para conversarmos e discutirmos nosso roteiro antártico. Contudo, foi só sairmos para mar aberto que o silêncio reinou no interior do barco. Cada um em seu micro leito desfrutando de seus pensamentos e angustias em relação àquela nova experiência.

A viagem se torna um pouco mais confortável após o segundo dia, quando se adapta um pouco aos movimentos do barco.  Porém, a monotonia aumenta proporcionalmente. Passamos a virada do ano em meio ao Drake, desejando votos de felicidade uns aos outros sem sair de nossos sacos de dormir!

No dia 02 de janeiro, avistamos os primeiro icebergs e as primeiras ilhas do continente antártico. Passamos pelo estreito de Boyd, entre as ilhas Snow e Smith, já em latitudes superiores aos 60º sul. O frio não castigou conforme o esperado. Convivemos entre uma faixa de 0º à 9º C, nada complicado se está com roupas apropriadas.
 
A imagem que tenho deste dia me marcou sobremaneira. A atmosfera gélida e cinza da convergência antártica, com uma névoa sombria que só nos permitia enxergar uns 100 metros acima do nível do mar, pequenas ilhas cobertas de gelo e inúmeros icebergs assustadoramente cruzando por nossa proa. Assim foi meu primeiro contato com o continente gelado. Era como estar em outro planeta, o qual, apesar de te dar as boas vindas, anuncia “friamente” que aquele lugar não é dos homens. Percebi como estava longe de casa! Avistamos a 1ª baleia da viagem no dia 3 de janeiro, a meros 15 metros do barco.
Extasiados com as novas imagens, esquecemos até mesmo os 3º C que nos receberam. Deixamos a ilha Two Hummorock por estibordo até chegarmos à pequena ilha Curveville (S 64º 41,23’ W 062º 37,88’), já inserida na península antártica. Nesta ilha, fizemos nossa primeira ancoragem. Aproveitamos nossa estada de 3 dias para testarmos todos os equipamentos de escalada em gelo. Nesta primeira ancoragem, também comemoramos oficialmente nosso ano novo, com direito a um bom vinho chileno e até um desafinado karaokê.






No dia seguinte, fomos presenteados com um céu claro e temperatura agradável (10º C). Diante dessas condições, pegamos um caiaque inflável e algumas pranchas de stand up e fomos explorar os arredores da ilha. A primeira vez realmente agente nunca esquece! Meu primeiro contato com pinguins foi incrível, sem dúvida o animal mais dócil e curioso daquele continente. Ao longo de nossa expedição, presenciamos os hábitos e a rotina desses belos animais, cenas que nos deixava atônitos e hipnotizados.
 
Após 3 dias ancorados na ilha Curveville, zarpamos rumo a latitudes mais altas. Cruzamos a baía Andvord e entramos em Paradise bay, onde avistamos a base chilena e, logo após, a argentina.


Pernoitamos ancorados em um dos lugares mais bonitos da viagem. Uma pequena reentrância no canto da baía nos abrigava em meio a uma cadeia de montanhas que surgiam do nível da água e seguiam em direção ao céu. Notamos neste local uma possibilidade de realizar uma escalada em uma cascata de gelo encravada em uma rachadura da montanha. Havia combinado com o Luis de tentarmos fazer a ascensão no dia seguinte. Passei o final do dia observando a rota escolhida e notei que mais para a direita da via havia boas chances de desprendimento de gelo.
 
 
 
No outro dia, começamos a subida às 08:00hs, com o gelo apresentando uma boa consistência. Contudo, após uma hora de escalada e com o sol já a pino, notamos que o “crux” da via (parte mais complicada) não possuía boas condições para a fixação das estacas – equipamentos que dão segurança durante a escalada em gelo. Paramos para discutirmos a melhor rota a seguir quando ouvimos o barulho que nenhum alpinista quer ouvir.

“- Avalanche”, gritei para o Luis.

“- Cola na pedra (parede)”. Esperei que os escombros fossem passar por cima de nós devido ao barulho ensurdecedor. Mas, quando olhamos para baixo, em direção ao mar, notamos os escombros de gelo e pedras atingirem a água com violência a nossa direita. Por sorte a avalanche não nos atingiu. Do barco, os outros integrantes – horrorizados - admiraram a cena, tendo, inclusive, registrado todo o acontecido.

Decidimos, então, dar meia volta e seguir para o barco. Recuperados do susto, levantamos âncora e seguimos viagem na direção sul. Devido ao atraso na escalada, zarpamos duas horas depois do planejado, o que nos custou o enfrentamento de ventos de até 50 nós em frente à ilha Weincke, pouco antes de chegarmos ao destino do dia, a baía de Dorian Cove, ponto onde o velejador Amyr Klink houvera realizado sua invernagem na Antártica.
 

Agradecimentos:
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domingo, 23 de dezembro de 2012

Descanso merecido ...


Após a viagem de bike pela Serra da Canastra, fui para Natal/RN para executar um projeto que estava engavetado há um tempo. Minha irmã morou naquela cidade por dois anos devido a um mestrado e, em uma das visitas que fiz à ela, me veio à cabeça a hipótese de correr de João Pessoa a Natal pelas belíssimas prais nordestinas. Por falta de tempo, fiquei um bom tempo "na vontade".
Aproveitando minhas férias, finalmente pude realizar a viagem. 
 
 


Distância total: 143 km
Média: 11,1 km/h
Duração: 4 dias
Tempo total correndo: 12h58'
 
Penerei ao máximo o que iria levar comigo durante a corrida, sem deixar de lado itens fundamentais como minha velha e guerreira máquina fotográfica.
Saí de João Pessoa/PB (praia de Cabedelo) levando em uma mochila de corrida de 10 litros: uma troca de roupa, um boné, 1 GPS, 1 saco bivaque, documentos, um par de tênis, um livro (Le Pourquoi pas? dans L'Antartique), óculos de sol  e natação, dois sacos de castanhas, água e minha máquina fotográfica. 
 

1º dia: 30 km Cabedelo à Barra de Mamanguape 



O ponto de partida era a balsa de Cabedelo, de onde zarpei às 15:30hs do dia 27 de novembro.
A ideia era percorrer 29 km neste dia, dormindo em Barra de Mamanguape, mas com a avançada hora do dia, não sabia se teria tempo suficiente.
Aproximadamente na metade deste trecho, tive que cruzar o rio Miriri, fato que me custou um tempo precioso, pois tive que ensacar a mochila e o tênis e amarrá-los na cintura a fim de nadar até a outra margem. Quando me equipei novamente do outro lado, já estava escuro. Segui correndo pela areia, já que a maré estava seca.  Tinha que chegar em algum canto para poder pernoitar. Faltavam ainda uns 12 km até Barra de Mamanguape quando a lua cheia nasceu. Não conseguirei escrever aqui a beleza da situação, sozinho, à noite, em uma praia deserta, com a lua cheia servindo de holofote para meu caminho. O reflexo prateado da lua no mar aumentava ainda mais a claridade.
Em vários momentos tive que parar para desfrutar daquela cena. Diante desse astral, só fui checar o GPS uma hora após a travessia do rio, quando percebi que estava à 1 km de Barra de Mamanguape. Com sorte, consegui acordar um dos moradores da vila e negociar um local para o pernoite.


2º dia: 39 km Barra de Mamanguape à Praia de Sagi-RN  
Me atrasei para começar a correr no segundo dia devido à travessia do rio Mamanguape, pois até conseguir um barqueiro para fazer a travessia, custou-me uma hora. Na sequência do rio Mamanguape, optei por correr um pouco por trilhas que cruzavam algumas aldeias indígenas que se situam no local. Apesar da bela experiência de ter visto os índios de perto, fiquei um pouco decepcionado ao notar a influência que o branco impôs a essa etnia. Voltando para a praia, cheguei a Baía da Traição, onde tentei comer alguma coisa a fim de me abastacer para a segunda metade do dia. Com a maré já alta, tive que voltar a correr por trilhas no interior. Contudo, a vista que tive chegando em Barra de Camaratuba foi indescritível. Uma das mais belas barras de rio que conheci. Dali até a divisa com o Rio Grande do Norte, corri pela praia, chegando em Sagi já a noitinha. Sagi é uma pitoresca vila de pescadores ainda pouco corroída pelo turismo.    

 
3º dia: 37 km Praia de Sagi-RN à Pipa                 No terceiro dia, pretendia chegar em Tibau do Sul para poder correr um pouco menos no último dia. Saí de Sagi, onde registrei mais algumas preciosas imagens em minha máquina. Aproximadamente dois quilômetros antes de Baía Formosa, avistei um belo trecho de corais expostos na praia, oportunidade em que decidi eternizar aquele momento. Contudo, ao apalpar o bolso lateral da mochila onde carregava a máquina, senti a pior sensação da viagem. Tinha perdido minha velha máquina fotográfica, companheira de tantas aventuras, responsável por inúmeras imagens deste blog. De imediato, voltei por onde havia corrido até o ponto de onde tinha tirado a última foto, mas a maré já vinha subindo há algum tempo, de modo que a água já havia levado minhas pegadas na areia e também minha fiel companheira de viagens.
Adeus! Fiquei meio triste por perder todo o registro da viagem, mas tenho um backup delas em minha cabeça! Aprendi naquele momento que devo observar e apreciar melhor as coisas ao meu redor. Cheguei em Pipa no final do dia, quando fui impedido de passar pela última praia antes da vila devido ao andamento das filmagens da próxima novela da globo. Só o que me faltava naquele dia! 
 
4º dia: 38 km Praia de Pipa à Cotovelo (Natal-RN)
 
Já mais adaptado à perda dos registros da viagem, iniciei meu último dia de viagem às 11:00hs, quando a maré se encontrava seca, fato que me proporcionou correr na parte mais dura da areia por um bom tempo. Por volta das 13:30hs, parei na praia de Tabatinga a fim de comer uma tapioca na Casa das Tapiocas, lugar bem tradicional da região, onde se pode ver a confecção das tapiocas no forno à lenha. Após a digestão, segui em direção à praia de Cotovelo, meu destino final na viagem.
Às 15:00hs terminava a empreitada de 4 dias e 135 kms.  Na chegada, me esperava meu amigo Cid Barbosa, que, com sua máquina de fotos em mãos, registrou as únicas imagens que tenho da viagem. 
 
 
Para descansar da viagem, fui com Cid, Alvinho e Rasam para a Pedra da Boca, local próximo de Natal, onde eles treinam mountain bike e corrida em trilha. No local, fiquei abismado com a beleza natural e as possibilidades de treinos.
Do mountain bike à escalada, dá para se divertir muito na região. Mais que bons treinos, demos boas risadas e concordamos em uníssono em como a vida boa é a mais simples. 
Indo para o aeroporto de Natal, lamentei mais uma vez a perda de minha máquina fotográfica. Mas, a fim de me consolar, Cid me disse que ela (a máquina) havia morrido fazendo o que mais gostava....
 
Descanso merecido!
 
Abraço
 
Manza  

 















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Cid boy e família.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Serra da Canastra de bike

 
Data: 15/11 a 18/11/2012
Distância total: 334 km em 4 dias
Ascenção acumulada: 9500m
Média: 17,6 km/h
Tempo pedalando: 19h03'

A Serra da Canastra fica no sul do estado de Minas Gerais, próxima à divisa com São Paulo. À 40 km de distância de seu portão oeste, fica Sacramento, cidade natal de meu pai. Cresci ouvindo histórias dele por aqueles cantões. Aproveitando o feriado de 15 de novembro, depois de ter convidado alguns amigos, escapei - sozinho (pois todos deram pra trás) - para a Canastra para, além de conhecer a região, realizar uma travessia de aproximadamente 300 km de bike dando a volta no Parque. 
  
 
1º dia: 42 km (Tapira - São João Batista)
Cheguei em Tapira-MG, cidade prevista para a partida, às 14:00h do dia 15. Após encaixar os apetrechos na bike e na mochila, larguei em direção à São João Batista, percorrendo 42 km durante o resto de dia de que dispunha. Cheguei à São João Batista debaixo de uma pequena garoa, mas nada que um bom banho não curasse.

2º dia: 65 km (São João Batista - São Roque de Minas)
Por conta do período de chuvas em que fui, esperava pegar chuva todos os dias. Contudo, ao clarear do segundo dia, percebi que a chapa iria, na verdade, esquentar!

 
  
 
Saí de São João e peguei o belo chapadão na parte superior do parque. No meio do percurso, desviei minha rota a fim de conhecer a cachoeira Casca D'anta por cima. Depois de um refresco, segui em direção à nascente do Rio São Francisco (é curioso observar o pequeno poço da nascente de um rio que segue alargando-se durante seu longo percurso até sua foz no Atlântico). Saindo da Casca D'Anta, segui para a borda leste do platô da Canastra, onde dropei uma estradinha sinuosa e divertida para chegar em São Roque de Minas. Lá, me hospedei na pensão da Dna. Maria, local simples e típico das cidades do interior de Minas. Pensando no dia seguinte, comi um belo prato feito no fogão de lenha de Dna. Maria, que, com seus 92 anos, administrava a pensão sozinha. 
 










 








3º dia: 112 km (São Roque de Minas - Delfinópolis)
Planejei minha rota para passar por alguns single-tracks de fazendas aos pés do platô da Canastra no terceiro dia. Porém, com duas horas de pedal, percebi que havia subestimado o percurso elaborado. Inúmeras pirambas acabaram sobrecarrecando o penoso dia. Sem perceber a altimetria deste trecho no ato do planejamento da viagem, cruzei (penei) três vales belíssimos, mas com grandes desníveis altimétricos.
 
Levei quase 9 horas para percorrer os 112 km de estradas e sigle-tracks por quais passei até chegar em Delfinópolis, já de noite. Para piorar, a descida até Delfinópolis, já sem a luz do dia, foi por um trecho de pedras muito técnico.
 

4º dia: 118 km (Delfinópolis - Rifaina)
No último dia da viagem, imaginei que a estrada escolhida no mapa seria mais tranquila, com suaves subidas e descidas. Novamente iludido, passei por uma séria de pirambas com um calor de rachar. 
 
Mas, para compensar, o visual na chegada da represa de Peixoto foi indescritível. Parecia que não estava no Brasil. Mais impressionante é a cor da água do Rio Grande neste trecho do cânion: azul turquesa. 
 
Da represa até a chegada em Rifaina o percurso deu uma trégua e pude soltar um pouco as pernocas. 
Finalizando o último downhill da viagem, avistei meu destino: Rifaina, onde meu pai me esperava sem saber ao certo o que tinha se passado durante esses quatro dias de viagem.  À noite, degustando um saboroso peixe às margens do Rio Grande, eu é que contava ao meu pai minhas histórias por aqueles cantões.
 
Ab
 
Manza.  

 

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