domingo, 29 de maio de 2011

Cordillera Blanca










"If i am among the mountains, yet in a sour mood or with my thoughts elsewhere i hear not their voices - feel not their Presence and Forces."

Randy Morgenson, Nepal, 1969




Desde fevereiro de 2008, quando alcancei o cume do monte Aconcágua, com 6962 m, tento encaixar uma outra montanha no currículo. Por vários motivos como logística, falta de apoio e, principalmente, pelo compromisso com o calendário do triathlon cross country, não estava conseguindo me organizar para passar mais uma temporada na montanha.

No início deste ano, jurei que iria conhecer a Cordillera Blanca/Peru - cadeia de montanhas encrustada na parte central da Cordilheira dos Andes. Após um começo de ano super corrido, consegui, não sei bem como, me organizar para passar vinte dias na Cordillera Blanca no meio deste ano.

A ideia é realizar um trekking de três dias pela região de Ancash/Peru, cruzando vales de 4000 metros de altitude em média com o intuito de me aclimatar com a altitude. Na sequência tentarei subir o Pisco - uma outra montanha de 5752m - também como plano de minha aclimatação, para, finalmente, tentar subir o Chopicalqui, montanha com 6400 metros acima do nível do mar.

Para tanto, mudei meu foco e tipo de treinamento desde meados de maio, data na qual comecei a priorizar uma série de musculação com fortalecimento dos membros inferiores e lombar. Duas vezes por semana, encho minha mochila cargueira com vinte quilos de supérfulos e vou andando para o trampo. Reduzi bastante os treinos aeróbicos longos e aumentei os treinos de força. Já na reta final da viagem, com quase tudo acertado, agora é concentrar na organização dos equipos indispensáveis e nas futilidades que não irão embarcar comigo, devido à essencial economia de peso.




Acompanhe a expedição a partir do dia 20 de junho.

Agradecimentos:














IBITI

D'Stak Academia


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pare o mundo que eu quero descer...

Brasília, 09-05-2011

As músicas do Raul Seixas fixaram-se em minha cabeça na época de minha infância, durante a qual meu pai ouvia em alto e bom som as pérolas de Rauzito. Suas melodias "quase sempre" me agradaram. Contudo, foi com a maturidade que passei a identificar e apreciar o real descrito nas letras que este rebelde "com causa" compôs com seus parceiros.


Oportunamente, um trecho da letra da música Eu Também Vou Reclamar, autoria de Seixas e Coelho, conseguiu expressar exatamente o que (aí me incluo) milhões de pessoas sentem com as imposições do "adorável mundo novo".

Não estaríamos caranguejando com nossas atitudes modernas, ou seja, essa velocidade inerente a praticamente tudo que fazemos não está, na verdade, desacelerando a qualidade de vida que tínhamos quando éramos atrasados!!!

Hoje pela manhã recebi uma salva de buzinas por ter me "atrasado" um segundo após o sinal de trânsito ter aberto. Passei o resto do dia me questionando o quanto esse segundo pode ter atrapalhado, digo atrasado, o decorrer das atividades diárias daqueles "apressados buzinantes".

Para finalizar o rápido decorrer desse dia, ao me aproximar da portaria de meu prédio, um dos moradores, ao notar que eu me dirigia (com minha bike) à mesma entrada que ele, fechou a cara e acelerou o passo para não dividir o elevador comigo. Será que sou tão assustador assim ou seria o fato dessa aceleração deixar as pessoas mais distantes, distantes de uma vida mais social.

Pare o mundo que eu quero descer!



Ao contrário do que se prega a aceleração desse tal de crescimento, deveríamos nos ater um pouco mais a uma boa e "bem" lenta prosa na sombra.




..."Dois problemas se misturam

A verdade do universo

A prestação que vai vencer

Entro com a garrafa

De bebida enrustida

Porque minha mulher não pode ver




Ligo o rádio

E ouço um chato

Que me grita nos ouvidos

Pare o mundo que eu quero descer"...

Raul Seixas - Paulo Coelho


Abraço!

Manza.
Guilherme Kramer